segunda-feira, 22 de junho de 2020

Síndrome de Procusto


Na mitologia grega, um gigante chamado Procusto convidava pessoas a passarem a noite em sua casa.
Na casa havia uma cama de ferro, mas havia uma armadilha nessa hospitalidade.
Procusto insistia que os visitantes coubessem com perfeição na cama.
Se eram muitos baixos, ele os esticava,
Se eram altos demais, ele cortava suas pernas.
Pois é, por mais artificial que isso possa parecer, será que não gastamos um bocado de energia emocional, intelectual, tentando alterar ou enquadrar outras pessoas de formas diversas, embora menos drásticas?
Esperamos com frequência que os outros vivam segundo nossos padrões ideais,
ajustando-os aos nossos conceitos de como eles devem ser, ou então assumimos a responsabilidade de torná-los felizes, bem ajustados, emocionalmente saudáveis.
A verdade é que grande parte dos atritos que existem nos relacionamentos acontecem quando tentamos impor nossa vontade aos outros.
Quando tentamos administrá-los e controlá-los.
De tempos em tempos, em graus variados, assumimos responsabilidades que não nos pertencem.
Tentamos dirigir as vidas das outras pessoas, com intenção de influenciar tudo,
desde a dieta, até a escolha de roupas, decisões financeiras, decisões profissionais, decisões relacionais.
Tomamos partido e ficamos excessivamente envolvidos, até encontramos ou criamos problemas onde não existem pra poder criticar e oferecer conselhos.
É preciso entender que ninguém muda até que deseje mudar, até que esteja disposto a mudar, e pronto para tomar as atitudes necessárias para efetuar qualquer mudança.
Por este motivo que o resultado de nosso Procustianismo é sempre o mesmo, estamos destinados a fracassar em nossos esforços para controlar ou modificar alguém.
Não importa o quanto sejam nobres nossas intenções,
estamos destinados a terminar num turbilhão, frustrados, ressentidos e cheios de alto piedade,
E o que dizer das pessoas que tentamos orientar?
Mostramos falta de respeito por seus direitos como indivíduos,
privando-as da oportunidade de aprender através de suas próprias escolhas, decisões e erros.
Em resumo, nosso relacionamento com aqueles com os quais declaramos nos preocupar profundamente, torna-se desarmonioso e forçado.
Permita que os outros vivam suas vidas enquanto você vive a sua.
Viva e deixe viver.
Como dizia José Saramago: tentar mudar a opinião do outro é um desrespeito.
E diz Napoleon Hill: se você for capaz de enxergar uma oportunidade tão rápido, quanto consegue ver os defeito dos outros, logo você terá sucesso.

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